SUDESTE

História - A história da região Sudeste do Brasil tem início com a fundação da vila de São Vicente pelos jesuítas portugueses. A partir do século XVII, na região de São Paulo, iniciou-se o fenômeno das bandeiras, que eram expedições pelo interior do Brasil à procura de novas riquezas e de indígenas para serem escravizados. No final do século, os bandeirantes paulistas encontraram pedras preciosas na região de Minas Gerais, dando início ao ciclo do ouro.
Com a
mineração, as atenções da coroa portuguesa voltaram-se para a região Sudeste, tendo em vista que as plantações de cana-de-açúcar no Nordeste estavam em plena decadência. Ocorreu um grande movimento de pessoas para a região das Minas, e a capital da colônia foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro em 1763. No final do século XVIII a exploração do ouro entrou em decadência.
Ouro Preto, cidade histórica mineira do século XVIII
Em 1808, fugindo da invasão napoleônica, a Família Real Portuguesa instalou-se no Rio de Janeiro. A época foi marcada por diversas mudanças econômicas na região, com a abertura dos portos para as nações amigas no mesmo ano e a elevação do Brasil à Reino Unido de Portugal e Algarve em 1816. Com a Independência do Brasil em 1822, a região Sudeste tornou-se o centro financeiro do País. Apoiado pela elite rural do Sudeste, D. Pedro I tornou-se o primeiro Imperador do Brasil, abdicando o trono à favor de seu filho, D. Pedro II em 1830 que, após um conturbado período regencial, assumiu o trono em 1841.
A partir da década de 1840, as plantações de
café espalharam-se por toda a região, principalmente no Oeste Paulista, tornando-se a base da economia brasileira. Usou-se, inicialmente, do trabalho escravo mas, com a abolição da escravatura em 1888, a falta de mão-de-obra foi preenchida com a vinda de uma grande massa de imigrantes europeus, principalmente italianos. Em 1889 a Monarquia é derrubada e é proclamada a República, dando início à Política do Café-com-Leite, em que as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais revesavam-se no poder.
Na
década de 1920, com a quebra da bolsa de Nova Iorque, o preço do café despencou no mercado internacional. O presidente Getúlio Vargas iniciou um processo de industrialização em São Paulo que, posteriormente, espalhou-se pelos outros estados do Sudeste.


Aspectos gerais - A região Sudeste do Brasil é uma das regiões definidas pelo IBGE, composta pelos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Esta região é por excelência uma terra de transição entre a região Nordeste e a região Sul. Para se fazer essa divisão foram usados critérios como semelhanças naturais, tais como relevo, clima, vegetação e solo, bem como afinidades socioculturais.


População - Região mais populosa e rica do Brasil, o Sudeste ocupa 10,85% do território brasileiro. Altamente urbanizada (90,5%),abriga as três metrópoles mais importantes do país, as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, além de ser o maior colégio eleitoral do Brasil. A região Sudeste apresenta índices socias elevados: possui o segundo maior IDH do Brasil, 0,824, perdendo apenas para a região Sul, e o maior PIB per capita do país, R$ 15.468,00.


Aspectos Físicos - A região Sudeste é caracterizada fisicamente pela existência de montanhas antigas e arredondadas pela erosão, os chamados mares de morros, notados nos 4 estados. No pico destas montanhas, existem cortes inclinados mais altos, que geram formações como a serra da Mantiqueira, a serra do Mar e a serra do Espinhaço. O Sudeste possui a maior média de altitude do Brasil, tendo como ponto mais alto o Pico da Bandeira, 3° maior do Brasil com 2.892 metros, sendo localizado entre Minas Gerais e o Espírito Santo.


Clima - O clima dessa região é bastante diversificado no que diz respeito à temperatura, em função de três fatores principais: a posição latitudinal, a topografia acidentada e a influência dos sistemas de circulação perturbada. Corresponde a uma faixa de transição entre climas quentes das baixas latitudes e os climas mesotérmicos das latitudes médias, mas suas características mais fortes são de clima tropical. O norte de Minas Gerais possui clima semi-árido e faz parte do Polígono das Secas. Nas áreas mais elevadas do planalto atlântico, ocorre o clima tropical de altitude, que tem temperaturas mais baixas que as demais áreas.

Vegetação - A vegetação predominante é a Mata Atlântica, mas novamente há exceções como a Mata de Araucária no sul de São Paulo e nas regiões serranas, e a Caatinga no norte de Minas Gerais. O norte de Minas Gerais possui características do Nordeste, fazendo parte da bacia do Rio São Francisco e era território do estado de Pernambuco até o início do século XIX. O interior de São Paulo, notadamente a região entre os rios Tietê e o Paranapanema (região de Bauru, Marília, Itapeva, Presidente Prudente) é região de transição entre o Sudeste e o Sul, possuindo características destas duas regiões. Hoje em dia restam pequenos trechos da Mata Atlântica porque a maioria da mata foi substituída por áreas urbanas, pastagens e plantações. No litoral, nas partes mais alagadas encontramos os manguezais.


Hidrografia - Na hidrografia do Sudeste alguns rios merecem destaque.O rio São Francisco, rio de planalto, tem em seu curso a usina hidrelétrica de Três Marias, que, além de gerar energia para a região, através da construção de barragens, contribui para a regularização do trecho do rio onde está localizada.Outro rio importante do Sudeste é o rio Paraná, onde se localizam as mais importantes usinas hidrelétricas do país, como as de Jupiá e de Ilha Solteira, que constituem o Complexo Hidrelétrico de Urubupungá (5 300 000 kW).Um dos afluentes do Paraná, que atravessa quase todo o estado de São Paulo, é o rio Tietê. Esses dois rios formam a hidrovia Tietê-Paraná, a mais importante do Brasil, que já se encontra em funcionamento parcial.Por essa hidrovia, milhares de toneladas de soja produzidas anualmente em Goiás estão sendo transportadas de São Simão, cidade goiana, até Pederneiras, em São Paulo, numa extensão de 640 km pelos rios Parnaíba, Paraná e Tietê. Cada comboio com quatro chatas transporta carga equivalente à 135 caminhões, o que demonstra o baixo custo do transporte fluvial.Próximo a Barra Bonita, em São Paulo, essa hidrovia, com 400 km de extensão, recebe a denominação de hidrovia do Álcool, por onde trafegam embarcações transportando cana-de-açúcar, álcool, gado e fertilizantes. O rio Tietê, além de ser aproveitado como meio de transporte, é muito utilizado como fonte de energia, tendo em seu curso várias usinas hidrelétricas, como as de Barra Bonita, Bariri, Promissão e Nova Avanhandava.Atravessando terras de Minas Gerais e do Espírito Santo, encontra-se o rio Doce. parte de seu vale possui grande importância econômica, pois dele se extrai o minério de ferro, que é exportado para inúmeros países.Outros rios da região que merecem destaque são: o Paraíba do Sul, em São Paulo e no Rio de Janeiro; o Ribeira do Iguape, no sul do estado de São Paulo; e o rio Grande, entre São Paulo e Minas Gerais. Este último, com grande potencial hidrelétrico, comporta as usinas de Furnas, Itutinga e Marimbondo, entre outros.A principal fonte de energia do Sudeste é a hidreletricidade obtida das inúmeras usinas dos rios da região


Geoeconomia - Com a mineração e o cultivo do café, a região Sudeste foi se firmando como o centro da economia nacional.Posteriormente, a atividade industrial concretizou essa posição. As indústrias cresceram e concentraram-se no eixo Rio-São Paulo e na região de Belo Horizonte (MG).O crescimento industrial atingiu o setor agropecuário, que, através da mecanização do campo, se desenvolveu bastante, aumentando consideravelmente aprodutividade. Em conseqüência, introduziu-se a agricultura comercial, que visa ao comércio em grande escala, com obtenção de lucro máximo, e é controlada por empresas rurais. Esses, entre outros fatores, levaram ao aparecimento de um tipo de mão-de-obra que hoje predomina no campo: o trabalhador temporário.Os trabalhadores temporários, comumente chamados bóias-frias, não se fixam à terra. Trabalham onde e quando há emprego (geralmente na época das colheitas), e suas condições de vida são precárias, devido ao injusto salário que recebem.Esses trabalhadores rurais vivem na periferia das cidades e diariamente são transportados para a zona rural, onde trabalham: regressando no final do dia.Nos últimos anos no estado de São Paulo, em virtude de muitas lutas dos sindicatos dos trabalhadores rurais, foram obtidas algumas melhorias nas condições de trabalho dessas pessoas: transporte em ônibus, creches, registro em carteira obrigatório por lei.Entretanto, por causa do aumento nos custos de manutenção dos empregados, muitas empresas e grandes proprietários rurais passaram a investir na mecanização do processo produtivo. Algumas usinas de açúcar e álcool passaram a ter 75% da área de cana cortados por máquinas, com redução de 60% no número de empregados.


Indústria - Em decorrência da existência de ferrovias, capital, mão-de-obra, mercado consumidor, a atividade industrial estruturou-se na região Sudeste.Transformando as matérias-primas fornecidas pela agricultura, desenvolveram-se inicialmente as indústrias têxteis e as alimentícias, que atualmente se distribuem por várias áreas da região.Após a construção da primeira grande usina siderúrgica brasileira (Usina Siderúrgica Nacional), em 1946, situada em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, foi possível o desenvolvimento, com maior intensidade, das indústrias de base (siderúrgica, mecânica etc.). A siderurgia brasileira alcançou notável desenvolvimento, principalmente no Sudeste, que concentra 17 das 22 usinas siderúrgicas existentes no país, colocando o Brasil entre os maiores produtores de aço bruto do mundo.A partir de 1957, com a entrada do capital externo (através de empréstimos e multinacionais) e a interferência do Estado na economia, um novo impulso foi dado à industrialização do Sudeste, propiciando condições para o desenvolvimento da indústria automobilística.Em seguida, outras indústrias começaram a se desenvolver, como a química, a eletrônica, a naval etc.Dessa forma, é no Sudeste que se encontra o maior parque industrial do Brasil e da América Latina, destacando-se o eixo Rio-São Paulo e a região da grande Belo Horizonte. A cidade de São Paulo, o ABCDM (Santo André, São Bernardo do Campos, São Caetano do Sul, Diadema e Mauá) e os centros próximos, como Campinas, São José dos Campos, Guarulhos, Osasco e Santos, apresentam uma superconcentração industrial.Entretanto, o processo de industrialização não atinge toda a região, ocasionando a existência de espaços geográficos bem diferenciados. Existem espaços urbano-industriais de grande porte, espaços rurais que utilizam modernas tecnologias (portanto, altamente produtivos) e espaços rurais subdesenvolvidos.Dois exemplos de áreas rurais pobres são o vale do rio Ribeiro do Iguape, no sul do estado de São Paulo, e, principalmente do vale do rio Jequitinhonha, no nordeste de Minas Gerais. Nos municípios do vale do Ribeira que possuem reservas ecológicas (áreas onde a vegetação não pode ser devastada, a população não pode aumentar as áreas para a agricultura e a pecuária, e, portanto, fica impedida de gerar mais renda.O vale do Jequitinhonha é conhecido como o “Vale da Miséria”, título dado pela ONU em 1974. É uma região formada por 55 municípios que, segundo sociólogos e técnicos agropecuários, teve a sua situação de pobreza acentuada com a implantação de áreas de reflorestamento para a produção de carvão vegetal, utilizado pelas usinas siderúrgicas da região Sudeste.As empresas de reflorestamento e as carvoarias empregam muitos trabalhadores do vale, pagando-lhes salários baixíssimos e submetendo-os a condições precárias de trabalho.Todos os anos, nas épocas de colheita de alguns produtos agrícolas em São Paulo (cana-de-açúcar, laranja), milhares de trabalhadores migram do vale do Jequitinhonha para esse estado.O Sudeste apresenta grandes desigualdades em relação às áreas (áreas pobres e áreas ricas) e também em relação à qualidade de vida das pessoas, pois algumas se beneficiaram com o crescimento econômico, enquanto a maioria, mesmo tendo contribuído para esse crescimento, não foi beneficiada. É o problema da repartição injusta das riquezas, que se agrava com a crescente exploração capitalista que caracteriza o mundo atual.


Ferrovias - Dos quase 30 mil km de ferrovias que o Brasil possui, mais da metade encontra-se na região Sudeste e pertence à RFFSA (Rede Ferroviária Federal S/A) ou a Fepasa (Ferrovias Paulistas S/A).


Setor portuário - Os portos mais antigos e movimentados do Brasil são o de Santos e o do Rio de Janeiro (primeiro e segundo colocados em valores de cargas exportadas no país, em 1992). O terceiro porto brasileiro em valores de cargas exportadas (1992) foi o de Vitória, no Espírito Santo.Outros portos que escoam parte da produção do Sudeste são: o porto de São Sebastião (São Paulo), que é também um terminal petrolífero; o de Angra dos Reis (Rio de Janeiro); e o de Tubarão (Espírito Santo), responsável pelo escoamento de boa parte do minério de ferro exportado pelo Brasil.


Transporte aéreo - São Paulo possui dois importantes aeroportos: o de Cumbica (internacional) e o de Congonhas (nacional, com função comercial).No Rio de Janeiro, há o Aeroporto internacional do Rio de Janeiro (Galeão) e o Santos Dumont (nacional, com função comercial).Em Minas, o principal aeroporto é o de Confins, em Belo Horizonte.

São Paulo

Localização - Regiao Sudeste - Estados Limístrofes Paraná (sul), Mato Grosso do Sul (oeste), Minas Gerais (norte) e Rio de Janeiro (leste) - Mesorregiões 15 - Microregiões 63 - Municípios 645
Capital - São PauloÁrea - 288.209,462 km²
População 2009- Estimativa 41.384.039 hab, Densidade160,5 hab./km²
Economia 2007 - PIB R$902,784 bilhões- PIB per capita R$22.667
Indicadores 2005 - IDH 0,833 - Esperança de vida 74,2 anos - Mort. infantil 15,5/mil nasc. - Analfabetismo 4,6%
Clima - Subtropical, Tropical de altitude e tropical


São Paulo é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está localizado no sul da região Sudeste e tem como limites os estados de Minas Gerais (N e NE), Riode Janeiro (L),Paraná (SO) e Mato Grosso do Sul (O), além do oceano Atlântico (SE). É dividido em 645 municípios e ocupa uma área de 248.209,426 quilômetros quadrados, sendo pouco maior que o Reino Unido. Sua capital é a cidade de São Paulo e seu atual governador éJoséSerra.Apelidado de "locomotiva do Brasil", o estado é isoladamente responsável por 33,9% do PIB brasileiro,[4] sendo o estado mais rico do país. Além do maior PIB, São Paulo também possui o terceiro maior Índice de Desenvolvimento Humano, o segundo maior PIB per capita, a segunda menor taxa de mortalidade infantil e a quarta menor taxa de analfabetismo entre as unidades federativas do Brasil.Com mais de quarenta milhões de habitantes, São Paulo é o estado mais populoso do Brasil e a terceira unidade política mais populosa da América do Sul, sendo superada apenas pelo próprio país e pela Colômbia, à frente de todos os outros países sul-americanos. Sua população é a mais diversificada do Brasil e descende principalmente de imigrantes italianos, portugueses, ameríndios, africanos além de outras grandes correntes migratórias, como árabes, alemães, espanhóis e japoneses. Sua capital é o município de São Paulo, cuja população da região metropolitana atualmente é de 19 milhões de habitantes - último censo de 2007.

Fatos históricos - com a fundação, em 1532, de São Vicente, a primeira vila brasileira, Martim Afonso de Souza dá início à ocupação e ao povoamento de São Paulo e à colonização portuguesa no Brasil. Poucos anos depois, os colonizadores sobem do litoral para o planalto e fundam outros povoados, entre eles o de São Paulo de Piratininga, em 1554. A produção e a exportação de açúcar não têm grande desenvolvimento, mas crescem outros cultivos, como o de mandioca e o de milho, além da criação de gado. Nas primeiras décadas do século XVII, os paulistas começam a organizar as bandeiras, que avançam pelo sertão em busca da mão-de-obra indígena e de minas de ouro. Na última década deste século, os bandeirantes descobrem ouro na região de Minas Gerais. Após os choques com os emboabas (forasteiros portugueses e brasileiros), vão para o Centro-Oeste, encontrando minas de ouro em Goiás e em Mato Grosso nas décadas de 1720 e 1730. Essa intensa atividade dos bandeirantes contribui para a expansão territorial da colônia, mas depois a capitania de São Paulo atravessa longo período de estagnação e declínio.

Expansão cafeeira - A província só volta ao primeiro plano da vida nacional com a rápida expansão cafeeira, que tem início na segunda metade do século XIX. Depois do Vale do Paraíba, vindo do Rio de Janeiro, o café passa a ser cultivado em todo o interior paulista. A mão-de-obra escrava é substituída por milhares de imigrantes portugueses, italianos, espanhóis, eslavos e japoneses. Exportado para a Europa e para os Estados Unidos pelo Porto de Santos, o café também impulsiona a construção de ferrovias. A riqueza proveniente dos cafezais e de uma incipiente indústria sustenta a liderança paulista no movimento republicano e na República, em seu primeiro período. Mas a opção pela defesa do café na ocasião da quebra da Bolsa de Nova York provoca o rompimento dos acordos entre as oligarquias tradicionais, especialmente a política do café-com-leite entre São Paulo e Minas, e acaba por levar à Revolução de 1930.

Desenvolvimento industrial - São Paulo tenta reagir ao centralismo da Era Vargas, na Revolução Constitucionalista de 1932, mas é derrotado. Mantém-se, porém, como pólo econômico de maior potencial do país. Torna-se a vanguarda da industrialização e da modernização brasileira. Paralelamente à expansão agrícola (café, cana-de-açúcar, soja, milho, feijão, trigo, banana, laranja), o estado tem extraordinário desenvolvimento industrial. Crescem a indústria de transformação (aço, cimento, máquinas e componentes) e, principalmente, as indústrias de bens de consumo (tecidos, alimentos, remédios, higiene e limpeza) e bens duráveis (automóveis e eletrodomésticos). Concentrando o grande fluxo de investimentos das multinacionais norte-americanas e européias e as intensas correntes migratórias internas, São Paulo aumenta consideravelmente sua população e consolida sua força econômica.Localizado na região sudeste, São Paulo é o estado com a maior população, o maior parque industrial e a maior produção econômica do país. Imigrantes italianos, portugueses, espanhóis e japoneses, entre outros, ajudaram a construir sua riqueza. Responsável por mais de um terço do PIB nacional de 1998, São Paulo destaca-se por seu parque industrial - que responde por 40% da produção nacional -, instalado principalmente na capital e nos municípios vizinhos. Somente na região metropolitana estão concentradas 52% das indústrias paulistas. A partir da década de 80, o interior paulista começa a se transformar em um dos principais pólos industriais do país, atraindo empresas e gerando novos negócios. Entre 1995 e meados de 1999 recebe 82 bilhões de dólares em investimentos, o equivalente a 68,65% do total aplicado no estado no período, de acordo com a Fundação Seade. Entre as áreas mais beneficiadas está a de Campinas , principal centro industrial da região. Ali estão instaladas grandes empresas de informática, telecomunicação e petroquímica, entre outros setores, que convivem com centros de pesquisa e universidades de primeira linha. O segundo maior pólo do interior é o do Vale do Paraíba. Sua indústria é diversificada, produzindo desde produtos de higiene e beleza até carros e aviões.

Qualidade de vida - Impulsionadas pela exigência de uma mão-de-obra qualificada, as cidades interioranas têm atraído cada vez mais instituições de ensino superior. Campinas, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Ribeirão Preto reúnem algumas das mais importantes faculdades do estado. Com boas ofertas de trabalho e ensino, o interior torna-se uma opção para muitas famílias que se mudam da capital em busca de melhor qualidade de vida.

Laranja e cana-de-açúcar - A agropecuária paulista ocupa 70% da área do estado, é bastante diversificada e possui bom padrão tecnológico. Líder em agronegócios, o estado é responsável por um terço do PIB agroindustrial do Brasil. São Paulo lidera a produção nacional de frutas, com destaque para a laranja. É também o primeiro em cana-de-açúcar e legumes, e um dos maiores produtores de grãos, café, leite, aves e ovos.
Exportações - Na área de comércio exterior, São Paulo responde por 35% de todas as exportações brasileiras, com mais de 38 bilhões de reais exportados por ano. Dos produtos paulistas que vão para outros países, 91% são industrializados. Do total, 26% das exportações do estado vão para o Mercosul, 21% para a América do Norte, 17% para a Europa, 11% para outros países da América do Sul, 6% para a Ásia e 19% para outros países. Embora continue a ser a principal força produtiva do país, nas últimas três décadas a economia paulista cresceu mais devagar que a de outras regiões. Atraídas por incentivos fiscais, empresas de setores estratégicos, como o automobilístico, escolhem outras regiões para se instalar. Mesmo assim, São Paulo permanece como um grande centro de empresas de serviços - o setor que mais cresce. Com uma população de quase 10 milhões de pessoas, a capital, São Paulo, é uma das mais populosas do mundo. Sua região metropolitana compreende 39 municípios e ocupa uma área de 8 mil km2, onde vivem 16 milhões de pessoas. A avenida Paulista, que no passado abrigou os casarões do café, hoje é sede de um dos mais importantes centros financeiros do país.
Atrações turísticas - Os paulistas têm à disposição um conjunto diversificado de opções de lazer. O turismo country tem seu ponto alto na Festa do Peão de Boiadeiro, organizada em Barretos. A cidade de Brotas é um centro de programas de turismo de aventura, como raftings e rapel. A apenas 176 km da capital, Campos do Jordão é a principal estância de inverno. No Vale do Ribeira está o Parque Estadual do Alto Ribeira (Petar), que apresenta a maior formação de cavernas do território brasileiro. Nessa região, localiza-se a Caverna do Diabo, um conhecido ponto turístico do estado. O trecho do litoral norte que vai de Bertioga a São Sebastião é considerado um dos mais bonitos da costa brasileira. No sul, um conjunto de 25 áreas litorâneas preservadas nos municípios de Iguape, Cananéia e Peruíbe, na divisa com o Paraná, é escolhido em 1999 como patrimônio natural da humanidade pela Unesco.

Imigração - Bairro da Liberdade, em São Paulo, reduto da colônia japonesa da cidade, a maior fora do Japão.
Desvinculada da imigração germânica, que estava voltada para a ocupação, a partir de
1880 a região foi "inundada" por imigrantes atraídos pelos senhores do café para que trabalhassem em suas propriedades. O fim do tráfico negreiro (Lei Eusébio de Queiroz, 1850) e a Lei Áurea (1888), que deu fim à escravatura, contribuíram para a crescente falta de mão-de-obra nos cafezais. Ao mesmo tempo, surgiu no Oeste Paulista uma nova elite de origem burguesa que defendia o trabalho assalariado. Os imigrantes europeus, italianos em sua vasta maioria, foram atraídos para o sul de Minas Gerais, interior do Espírito Santo e para o Oeste Paulista. Para receber os imigrantes foram construídos prédios como a Hospedaria de Imigrantes. Entre 1882 e 1978 passaram mais de 60 nacionalidades e etnias pela hospedaria, num total de 2,5 milhões de pessoas. Num período de apenas nove anos (1882-1891), passaram pela Hospedaria 263.196 imigrantes, dos quais 202.503 eram italianos. A presença do imigrante europeu urbano sudestino também foi notável: em 1900, 81% dos operários fabris de São Paulo eram italianos. A presença de diversas comunidades de imigrantes traria um enriquecimento étnico-cultural de valor inestimável. Os portugueses foram o grupo predominante no Rio de Janeiro: em 1916, moravam na cidade 133.393 portugueses, em torno de 16% da sua população. Os imigrantes foram, alem de japonenes, imigrantes espanhóis, galegos e andaluzes sobretudo, de libaneses e de sírios no surgimento de um melting pot no Sudeste brasileiro.

Espírito Santo

Localização - Região Sudeste -Estados limítrofes Bahia (a nordeste), Minas Gerais (a oeste) Rio de Janeiro (sul) -Mesorregiões 4 - Microrregiões 13 - Municípios 78
Capital - Vitória
Área - Total 46.077,519 km²
População 2007 - Estimativa 3.351.669 hab. - Densidade 72,7 hab./km²
Economia 2006 - PIB R$52.782.914 - PIB per capita R$15.236,62
Indicadores 2000 - IDH 0,802 (2005) - Esper. de vida 72,9 anos -Mortalidade infantil18,9/milnasc. Analfabetismo 5,6%
Clima - Tropicalde altitude e tropical

O Espírito Santo é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está localizado na Região Sudeste e tem como limites o Oceano Atlântico a leste, a Bahia a norte, Minas Gerais a oeste e noroeste e o estado do Rio de Janeiro a sul, ocupando uma área de 46.077,519 km². Sua capital é o município de Vitória. Outras importantes cidades são Aracruz, Anchieta, Cariacica, Cachoeira de Itapemirim, Colatina, Guarapari, Linhares, São Mateus, Serra, Viana e Vila Velha. O gentílico do estado é capixaba ou espírito-santense.


Fatos históricos - Criada em 1534, a capitania do Espírito Santo começa a ser ocupada no ano seguinte. Seu donatário, Vasco Fernandes Coutinho, logo constrói os primeiros engenhos, transformando a produção e a exportação de açúcar na principal atividade econômica da capitania. A vida nos engenhos e povoados, no entanto, sofre com a constante presença de corsários franceses e com a hostilidade dos índios goitacás e aimorés. Para resistir melhor aos ataques, a sede da capitania, Vila Velha, é abandonada e uma nova é construída na ilha de Santo Antônio com o nome de Vila Nova, atual Vitória. Com a chegada dos padres jesuítas em 1587, liderados por José de Anchieta, diminuem os problemas com os nativos. A luta contra os franceses, no entanto, estende-se até o Rio de Janeiro. Nos séculos XVII e XVIII, a capitania vive um período de estagnação com o declínio da economia canavieira decorrente das invasões holandesas. O crescimento da mineração de ouro e diamante em Minas Gerais também contribui para essa paralisação. Para proteger as minas da invasão estrangeira pelo litoral do Espírito Santo, as entradas que partiam da capitania para o interior são proibidas.


Expansão cafeeira - O Espírito Santo só começa a se recuperar durante o império, com a lavoura cafeeira e a imigração européia. Portugueses, italianos, alemães, holandeses e suíços instalam-se nas colônias e nas vilas do interior. O café se estende pelo litoral e pela região serrana, do sul para o norte, onde disputa espaço com o cacau vindo da Bahia. No início da República, chega a representar mais de 90% da receita do estado e possibilita investimentos em infra-estrutura, como estradas de ferro, pontes metálicas e serviços urbanos na capital e nas principais cidades. Nessa época, o Porto de Vitória torna-se um dos mais importantes do Brasil. Depois da crise dos anos 30, quando o excesso de oferta derruba o preço do produto, o café continua a desempenhar importante papel na agricultura, ao lado da cana-de-açúcar. Com a economia baseada na exportação de produtos agrícolas até meados da década de 60, o Espírito Santo se beneficia, a partir dos anos 70, da instalação de grandes projetos industriais voltados para a exportação, como as empresas estatais Companhia Vale do Rio Doce e Companhia Siderúrgica de Tubarão. Paralelamente, a agricultura se mantém como uma atividade importante na economia estadual. Essa combinação permite um rápido crescimento econômico do estado, o que aumenta sua participação no PIB brasileiro a partir da década de 70.
O Espírito Santo apresenta paisagens litorâneas de transição entre os trechos recortados por serras e morros do sul e do sudeste e o litoral plano, com dunas e palmeiras, do Nordeste do país. Sua capital fica em uma ilha costeira; nas proximidades, está Guarapari, conhecida pelas praias de areia monazítica. No extremo norte localiza-se Itaúnas, no município de Conceição da Barra, famosa pelas dunas de areia, que alcançam 30 m de altura. É na faixa litorânea que se concentram os descendentes dos primeiros colonizadores e sua culinária típica, como a moqueca capixaba feita com a tintura de urucum, de origem indígena. Nas serras predominam os descendentes de imigrantes alemães, suíços, holandeses e açorianos. O pico da Bandeira, o terceiro ponto mais alto do relevo brasileiro, localiza-se na serra do Caparaó, na divisa com Minas Gerais. O estado abriga alguns dos principais portos do país, como Vitória, Tubarão e Capuaba. O intenso movimento portuário coloca o Espírito Santo entre os cinco primeiros estados exportadores do país. Além de produtos do estado, como minério de ferro, placas de aço, granito e café, são escoados veículos e aço, de Minas Gerais e produtos agrícolas do Centro-Oeste. Somente o complexo portuário da Ponta de Tubarão é responsável por 25% da carga marítma do país. A abertura do mercado brasileiro às importações, no início dos anos 90, foi o motor desse desenvolvimento, alimentado por uma política de incentivos financeiros e por tarifas competitivas. No primeiro semestre de 2000, Vitória, com um porto bem equipado e custos competitivos, passa a ser a principal porta de entrada de veículos no mercado brasileiro e sede de grandes empresas de comércio exterior.


Café e frutas - Cerca de 90% das propriedades rurais possuem até 100 ha e constituem outra importante fonte de renda. O destaque são as lavouras de café, que produzem 20% do total nacional. A cafeicultura gera 500 mil empregos e uma renda anual de 500 milhões de dólares. Desde 1999 há aumento na produção, com a obtenção de matrizes de uma nova variedade de grãos, mais resistente à seca, ideal para as lavouras do norte capixaba, região que sofre os reflexos da estiagem nordestina. Nas duas últimas décadas, o Espírito Santo adquire importância na produção e comercialização de frutas de climas tropical e temperado. O trabalho na fruticultura, no norte, ajuda a conter o êxodo rural. Nas áreas litorâneas, plantam-se banana, abacaxi, mamão, maracujá, limão, enquanto nas montanhas são cultivados morango e uva.

Fraca industrialização - Um setor em desenvolvimento é o das indústrias de móveis, papel e celulose, como conseqüência da boa adaptação do eucalipto plantado ao norte, à beira-mar. No centro-sul ganham força a indústria de transformação (produtos químicos, siderúrgicos, cimento e celulose) e a de bens de consumo (calçados, alimentos e bebidas). Ainda assim, um dos maiores obstáculos para a expansão da atividade industrial é a falta de energia, pois o Espírito Santo gera apenas 18% do total que consome e depende do fornecimento das usinas de Furnas e Itaipu. A costa capixaba tem oito áreas abertas à exploração do petróleo, mas a produção é pequena: apenas 1% do total produzido diariamente no país. O estado lidera a extração nacional de mármore e granito ornamentais, com o que arrecada acima de 1 bilhão de dólares por ano. Cachoeiro do Itapemirim, no sul, e Nova Venécia, no norte, são as principais regiões produtoras. O Espírito Santo é responsável por 39% das exportações brasileiras de rochas ornamentais e por 50% de placas de mármore beneficiadas, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Segundo dados do IBGE, a produção industrial cresce 9% na última década, um dos melhores desempenhos do país, no setor.


População - Dos 3,4 milhões de habitantes, 42% concentram-se na capital e nos municípios metropolitanos: Vila Velha, Serra, Cariacica e Viana. Os capixabas convivem com os mais baixos índices sociais do Sudeste, superiores, no entanto, à maior parte do país. O Espírito Santo possui 1,8 leitos hospitalares para cada mil habitantes, em comparação com a média próxima a 3,0 leitos da região.


Imigrantes - Os imigrantes se estabeleceram e começou a ser formada a população que habita o Espírito Santo. São formados por portugueses, africanos, principalmente de Açores, alemães, suíços, luxemburgueses, tiroleses, austríacos, belgas, italianos, holandeses, gregos, espanhóis, sírios e libaneses. Esses dois últimos não foram para a lavoura. Fixaram-se nas cidades, principalmente no litoral, e dedicaram-se ao comércio.

Na foto, uma familia Italiana que chegou ao Espírito Santo juntamente com outras familias a partir de 1874.

Rio de Janeiro

Localização - Região Sudeste - Estados limítrofes Espírito Santo (nordeste), Minas Gerais (noroeste) e São Paulo (sudoeste) - Mesorregiões 6 - Microrregiões 18 - Municípios 92
Capital Rio de Janeiro
Área - Total 43.696,054 km² (24º)
População 2009 - Estimativa 16.010.429 hab. () - Densidade 352,58 hab./km²
Economia 2006 - PIB R$275,363 bilhões () - PIB per capita R$17.695,00 ()
Indicadores 2000 - IDH 0,832 (2005) [1] () – elevado - Esper. de vida 73,1 anos (12º) - Mort. infantil 19,5/mil nasc. () - Analfabetismo 4,0% ()
Clima tropical e tropical de altitude

Localização do Rio de Janeiro



O Rio de Janeiro é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Situa-se na porção leste da região Sudeste, tendo como limites os estados de Minas Gerais (norte e noroeste), Espírito Santo (nordeste) e São Paulo (sudoeste), como também o Oceano Atlântico (leste e sul). Ocupa uma área de 43.696,054 km², sendo pouco maior que a Dinamarca. Sua capital é a cidade do Rio de Janeiro. Os naturais do estado do Rio de Janeiro são chamados de fluminenses (do latim flumen, literalmente "rio"). Os municípios mais populosos são: Rio de Janeiro, São Gonçalo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Belford Roxo, Niterói, São João de Meriti, Campos dos Goytacazes, Petrópolis, Magé, Volta Redonda, Itaboraí, Macaé, Mesquita, Cabo Frio e Nova Friburgo. Muitas cidades destacam-se devido à forte vocação turística: Angra dos Reis, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia, Nova Friburgo, Penedo (distrito de Itatiaia), Paraty, Petrópolis, Rio das Ostras, Saquarema, Teresópolis, entre outras. O estado é formado por duas regiões morfologicamente distintas: a baixada e o planalto, que se estendem, como faixas paralelas, do litoral para o interior. Paraíba do Sul, Macaé, Guandu, Piraí, Muriaé e Carangola são os principais rios. O clima é tropical.


Fatos históricos - Em razão do rendoso comércio de pau-brasil com os índios, o litoral fluminense atrai colonizadores portugueses e corsários franceses ainda no século XVI. Estácio de Sá, sobrinho do governador-geral Mem de Sá, ao combater os franceses instalados na baía de Guanabara, funda, em 10 de março de 1565, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Ocupando posição estratégica no litoral sul da colônia, a povoação cresce como região portuária e comercial. No século XVIII, com o desenvolvimento da mineração, o porto do Rio torna-se o principal centro exportador e importador para as vilas de Minas Gerais, por onde saem ouro e diamante e entram escravos e manufaturados, entre outros produtos. Em 1763, a cidade torna-se sede do Governo Geral, em substituição a Salvador. Com a chegada da família real, em 1808, o Rio se torna sede do governo português. Após a independência, a cidade continua como capital, enquanto a província enriquece com a agricultura canavieira da região de Campos e, principalmente, com o novo cultivo do café no Vale do Paraíba. Para separar a província e a capital do Império, a cidade converte-se, em 1834, em município neutro e a província do Rio de Janeiro passa a ter Niterói como capital. Como centro político do país, o Rio concentra a vida político-partidária do império e os movimentos abolicionista e republicano. Durante a República Velha, com a decadência de suas áreas cafeeiras, o estado perde a força política para São Paulo e Minas Gerais.


Decadência política - O enfraquecimento econômico e político do Rio continua após a Revolução de 1930. A economia fluminense não se beneficia da industrialização, apesar de o estado ser escolhido para sediar a Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, ponto de partida para a implantação da indústria de base no país. A cidade do Rio de Janeiro mantém-se como importante zona comercial, industrial e financeira, mas, com a mudança da capital federal para Brasília, em 1960, o declínio do novo estado da Guanabara é inevitável. Em 1974, os estados do Rio e da Guanabara fundem-se por determinação do Regime Militar, constituindo o atual estado do Rio de Janeiro. Com o objetivo de recuperar sua importância política e econômica, os governos militares fazem grandes investimentos no estado, como a construção das usinas nucleares de Angra I e II, em Angra dos Reis, e a implantação do pólo petrolífero na bacia de Campos, a mais produtiva do país.
Menor estado da Região Sudeste, o Rio de Janeiro possui a terceira maior população do país, atrás de São Paulo e Minas Gerais, e a segunda maior densidade demográfica, atrás do Distrito Federal. Com o Carnaval mais famoso do mundo, o estado tem no turismo uma de suas principais fontes de receita. Do total de estrangeiros que visitam o país, mais de 30% dirigem-se para a cidade do Rio de Janeiro. Os pontos mais visitados são o Pão de Açúcar, o Corcovado, a floresta da Tijuca e as praias, entre elas as de Copacabana e Ipanema. Além da paisagem natural, a cidade, sede do governo português durante o período imperial e capital brasileira por quase 200 anos, de 1763 até 1960, possui um importante acervo histórico e arquitetônico. O turismo também é forte em cidades litorâneas, como Búzios e Cabo Frio, no norte do estado. Em Angra dos Reis e Parati, no sul, as melhores praias são acessíveis apenas por barco. A Ilha Grande, nesse trecho do litoral, atrai cada vez mais visitantes desde a desativação de um antigo presídio, em 1994. Na região serrana, destacam-se Petrópolis e Nova Friburgo, cidades que conservam paisagens e costumes da colonização alemã e suíça. Visconde de Mauá e Itatiaia sobressaem pelas paisagens naturais e pelo ecoturismo. Recentemente, o estado descobre a vocação turística do Vale do Paraíba, onde existem 42 fazendas do século XIX, construídas durante o ciclo do café.

Meio ambiente - Em janeiro de 2000, o rompimento de um duto da Petrobras despeja na baía de Guanabara 1,2 milhão de litros de óleo, formando uma mancha negra duas vezes maior que a ilha do Governador, que é detectada por satélite. Por mais de quatro horas bombas permaneceram abertas despejando óleo até que o problema fosse sanado. Segundo especialistas, mesmo quando não há acidentes, cerca de 2 toneladas de óleo são lançadas diariamente na baía de Guanabara. As manchas, diluídas, não chamam tanto a atenção como quando há vazamentos localizados, mas os danos são de proporções semelhantes. As principais fontes do lançamento ilegal de óleo são 55 indústrias, terminais de combustíveis, postos de gasolina, estaleiros e navios. A capital sofre também com a poluição resultante do despejo de esgoto no mar. No começo de 2000, durante o conserto de um emissário submarino, em Ipanema, as praias recebem 3 bilhões de litros de esgoto: o suficiente para encher metade da lagoa Rodrigo de Freitas ou 1.587 piscinas olímpicas. Em julho de 2007 sua capital recebe os Jogos Pan-Americanos e é a "capital dos esportes das Américas" onde é construída uma imensa infra-estrutura esportiva e de apoio com recursos da prefeitura e dos governos estadual e federal além de patrocínios de entidades empresariais privadas.

Novos investimentos - Com a retomada da atividade industrial, a região sul e a Baixada Fluminense, área pobre do estado, firmam-se como pólos de atração de investimentos. Os setores mais dinâmicos são o químico, o metalúrgico, o siderúrgico, o de material eletrônico, o farmacêutico e o de construção civil. O sul, beneficiado pela boa infra-estrutura e pela proximidade com os grandes centros, apresenta várias indústrias metalúrgicas e automotivas. A instalação da fábrica de ônibus e caminhões da Volkswagen, em Resende, em 1997, e a construção da unidade da Peugeot-Citroën, em Porto Real, município vizinho, atraem muitas pequenas e médias empresas. Em Volta Redonda, destaca-se a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Na bacia de Campos, está a maior área produtora de petróleo e gás natural do Brasil. O norte do estado assiste ao declínio da indústria de açúcar e álcool. A agricultura deixa de se basear apenas na cana-de-açúcar, ainda a principal lavoura. Os investimentos vão para o cultivo de frutas, sobretudo maracujá, abacaxi, banana e coco-da-baía.


Aspectos sociais - Entre as regiões metropolitanas, a da capital fluminense é a que apresenta a menor taxa de desemprego: 5,5% contra 7,5% no país. Isso se deve, em parte, ao dinamismo da economia informal. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mostram que o rendimento médio do trabalhador fluminense, em seis anos, subiu 33,4% acima da inflação. O salto é conseqüência do peso do setor de serviços na economia do estado e da alta informalidade do mercado de trabalho no Rio. Os mais beneficiados foram os trabalhadores "por conta própria" e os assalariados sem carteira assinada. O sistema de água chega próximo a 87% das casas e o esgoto é recolhido em mais de 88% delas, índices acima da média do país. Por outro lado, o Rio de Janeiro enfrenta graves problemas socioeconômicos. O tráfico de drogas, ligado ao crime organizado, dita regras de convivência nos morros cariocas. Cerca de 10% dos domicílios no estado são favelas ou assemelhados, e nessas áreas há maior carência de serviços públicos.


Imigração - Catedral em Petrópolis, no Rio de Janeiro, região com forte influência germânica.
A presença dos
imigrantes na região Sudeste foi de fundamental importância para o seu povoamento. O primeiro grupo organizado de imigrantes trazido ao Brasil para o povoamento foram suíços. Entre 1819 e 1820, chegaram ao Brasil 261 famílias de colonos suíços, 161 a mais do que havia sido combinado nos contratos, totalizando 1.686 imigrantes. Fundaram a cidade de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. Grupos de alemães seriam assentados na mesma região em 1824. No interior do Espírito Santo chegaram famílias alemãs em 1847. Em 1857 novos grupos foram enviados para as serras capixabas. No ano seguinte, começaram a chegar os pomeranos, etnia esta que passou a predominar entre os colonos alemães. No estado do Rio de Janeiro, os alemães ocuparam também as regiões serranas, ao redor de Petrópolis.